"Eu tenho o grindr só para fazer amigos"

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

...E eu vou à Zara para comprar costeletas.

O Primeiro

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Entrei na loja, com pressa, em busca de uma prenda para uma amiga. Uma blusa, um colar, um lenço, qualquer coisa para oferecer num aniversário comprada à última da hora, como manda a norma entre pessoas despassaradas.
Percorri a loja com o olhar rapidamente e vi-o de soslaio.
O primeiro marmelo por quem me apaixonei estava ali, qual aparição do além, oito anos depois com o mesmo corte de cabelo, alto e magro com um relógio preto no pulso e barba cuidadosamente aparada, a trabalhar atrás do balcão da stradivarius.

Não vou negar que durante alguns anos meses sonhei com o momento em que nos encontrássemos na rua ocasionalmente, ele me visse todo elegante e maravilhoso - como sempre obviamente - e percebesse a monumental cagada que fez, me pedisse desculpa de lagriminha no olho, para que eu pudesse dar a estocada final com um redondo "não" esmagador de egos (já agora, na minha fantasia ele era trolha e eu estava com uma camisa de linho branco e umas calças de duzentos euros, porque a minha imaginação é uma novela da globo).
Afinal, foi ele quem me deu a primeira tampa monumental, que me fez ficar uns 9 meses trancado em casa a comer haagen daz e a ouvir Toni Braxton engordando a olhos vistos e adoptando uma postura celibatária que roçou o preocupante para alguém com a libido de um coelho em época reprodutiva.

Na realidade infelizmente não costumo andar com camisas de linho quando vou comprar prendas de aniversário... e quanto às calças de duzentos euros... bem eram umas jeans rotas de 10 euros compradas nos saldos, largas e gastas.

Dei por mim a rever tudo o que se passou, sorrindo nostalgicamente, parcialmente escondido atrás da prateleira dos óculos de sol.
Afinal, na altura era eu um jovem inexperiente e ingénuo, alheio à complexidade de uma relação amorosa e das implicações que ela mesmo depois de um mau término.
Vivia tudo com mais intensidade e não analisava as coisas de cabeça fria.
Agora não, sou uma  pessoa madura e racional, que não se deixa afectar por memórias de um pé na bunda com quase uma década de existência e vive a sua vida de cabeça erguida.
Uma pessoa madura e racional encalhada mal vestida e despenteada.
Então, como pessoa lógica e racional sem rancores nem complexos que sou, larguei a secção dos saldos, tão minha amiga, e peguei na blusa mais cara que a loja tinha, uns brincos e um cinto a condizer, mentalizei-me para fazer a linha rica, empinei o nariz, e dirigi-me à caixa para pagar.

Pus a minha maior cara de snob, e preparei a minha cara de falsa surpresa, olhei-o pela primeira vez desde que entrara na loja diretamente nos olhos e pedi para fazer um embrulho, porque era oferta.
... E fiquei genuinamente surpreso.
... Afinal não era ele.
Sabem aquele momento, em que se começam a rir involuntariamente, depois de fazerem figura de ursos? Foi mais ou menos o que aconteceu, quando aquele rapaz muito bem parecido me perguntou se queria ou não laçarote no embrulho.
Quem ganhou nisto tudo, foi a vaca da minha amiga, só porque me esqueci dos óculos em casa, justamente num dia em que acordei aparentemente nostálgico.

E vocês?
Ainda ficam balançados quando encontram o vosso "primeiro"?

Eu como os meus amigos

terça-feira, 15 de setembro de 2015


Sentado com um conhecido enquanto tomávamos um latte, folheando distraidamente as redes sociais no ecrã dos smartphones, e jogando conversa fora sobre, confessa-me divertido e em tom confiante
"Cada vez que quero dar uma aleatória, não arranjo um engate. vou ter com um amigo"
"Como assim?"
"Ora, em vez de engatar um homem qualquer, vou jantar com um amigo e acabamos a dar um fodão"
"Porquê?"
"É mais confortável, sinto-me mais á vontade com eles"
"Mas não queres nada com eles?"
"Credo não, somos só amigos" - Responde-me, como se lhe tivesse sugerido a maior barbaridade possível, naquele tom meio pedante que só uma bicha de "boas famílias" consegue ter,
Na minha cabeça, acho meio desconfortável, porque a longo prazo isso muda a forma como nos vemos, afinal "dar um fodão" nunca é só "dar um fodão", especialmente quando convives diversas vezes com as pessoas. 
Acaba por se perder o desinteresse da amizade quando se sabe que há a possibilidade de dar uma queca quando não se arranja melhor.
Isto é tudo tipo ter um restaurante. Tens uma pizzaria, que faz boas pizzas. Um dia lembra-se que quer experimentar vender churrasco, e kebab. No final, em vez de uma boa pizza, temos três pratos sem graça, e deixamos de ir áquela pizzaria.

Tento  explicar-me, e acabo a ser olhado como se sofresse de demência por não desfrutar do melhor de dois mundos - e talvez a metáfora da pizza tenha ajudado um pouco, mas hey, estava com fome.

Diz-me que sou demasiado moralista, porque devia aproveitar e ir com as pessoas com quem tenho mais confiança. Segundo essa lógica, talvez devesse ter sexo com o senhor Fernando da Padaria, ou com a minha cadela.

Bebe se o latte, dá-se o passoubem, e vamos cada um à sua vida, até ao próximo café.

No caminho para casa, dou por mim a pensar que já não é a primeira pessoa que me comenta este assunto nos mesmos moldes, e confesso que nestes tipos de situações me sinto sempre cada vez mais desadequado.
Talvez seja mesmo eu, que tenho laivos de OCD, e não gosto de sequer misturar as ervilhas com o puré no prato, porque apenas o conceito traz-me um arrepio de desconforto espinha abaixo.

Acho que continuarei, mantendo as minhas amizades o mais assexuadas possível.

E você?
Come os seus amigos?

Afinal, o que querem os gays?

domingo, 13 de setembro de 2015


Sexo Fácil, ou Relacionamentos Duradouros?
Não tenho certezas sobre o assunto, por isso,deixo aberto o debate, com uma única regra, não digam "é relativo".

Sabes que és gay quando:

sexta-feira, 11 de setembro de 2015


Encontras aquela colega boazona - afinal, não é preciso comer filé para ver que é tenro, não é verdade - na rua, toda trabalhada na elegância, decotada e bem composta,
 e a primeira coisa que te ocorre dizer, é o quanto adoras aqueles stilettos que ela tem calçados.


Época baixa

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Fica aqui o piqueno aviso.
Nos meses de Verão, a minha vida torna-se um reboliço autêntico, um dos contras de se trabalhar com turismo, e de toda a santa tradicional família tirar férias em julho e agosto, e entupir terras algarvias mais do que as veias do Fernando Mendes estão entupidas com colesterol, o que me deixa sem tempo nem disposição para andar pela blogaria e derivados. 
Ando com imensas saudades disto e tal e coiso, mas só agora está a terminar a confusão, por isso, até lá, para todos os meus queridos leitores, aqueles que me vêm perguntar se acabei com o blogue, e até aqueles que ficaram á minha espera para projetos pendentes, consideremos que aqui a bicha está em época baixa blogsférica, e que esta época baixa está pra terminar.