O "hétero"
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Não estava a pensar falar sobre isto tão cedo, mas quando dei por ela já tinha vomitado tudo, e ainda fiquei um bom bocado a olhar pro texto e a pensar se publicava ou não, olhem desculpem lá qualquer coisinha.
Looking (HBO) renovada para segunda temporada
Não gosto deles grandes
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Aqui há uns tempos, entrou um rapaz na empresa onde eu trabalhava.
Foi numa das minhas semanas de férias, por isso não soube de nada, até voltar de férias, e andarem as minhas colegas todas com a patareca aos saltos a falar do moço. Aparentemente era surfista.
Não sei onde desencantaram a peça, mas parecia arrancado dum anúncio de roupa interior.
Pele morena olhos castanhos, lábios voluptuosos, e um derrière que pareciam dois pêssegos maduros.
O cacifo dele era colado ao meu, e acabávamos por ficar sozinhos de vez em quando nos balneários (só Deus nosso senhor sabe as vezes que me atrasei a entrar só pra ficar a apreciar).
Para ajudar á festa, vim a saber mais tarde que o moço era gay.
Escusado será dizer que andei obcecado semanas, embora nunca chegássemos a trocar mais que duas ou três frases, por termos horários completamente incompatíveis.
Eventualmente, foi transferido para o meu turno, e lá fui eu, qual fã do justin bieber em véspera de concerto, meter conversa com ele, e bastaram 3 minutos de conversa, para o meu interesse murchar mais depressa que soufflé tirado do forno antes do tempo.
Falou-me de como fazia tatuagens nos tempos livres, e de como estava farto de aturar gente burra e feia, e toda a conversa resumiu-se a um oceano de "eu"s com muita adjectivação pelo meio.
Falámos mais algumas vezes, e continuei a apreciar a paisagem, mas com a noção que não passava disso mesmo.
Num homem, o tamanho importa sim, o do ego.
Bla bla bla
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Cio
"Nunca và às compras com fome" Dizem os nutricionistas.
"Nunca interajas com gajos giros quando estás com fome" Dizem-me os meus amigos.
Porque aparentemente ando "com o cio" - parafraseando" há uns dias e é só passar um par de calças que ligo logo o radar.
Acho que o rapazito da pastelaria hoje percebeu que não era só o jesuíta que marchava.
Deve ser lua cheia ou assim.
Agora vou andar o dia todo com spice girls na cabeça. Obrigado youtube.
Grindr
O Grindr é como o drive in do Mc donalds.
Está lá quando a fome é muita e a vontade de cozinhar alguma coisa decente é pouca.
A descrição e foto são de filete apetitoso, quando na realidade te estão a vender hamburguer normalíssimo.
Está lá quando a fome é muita e a vontade de cozinhar alguma coisa decente é pouca.
A descrição e foto são de filete apetitoso, quando na realidade te estão a vender hamburguer normalíssimo.
A ver the voice, a Shakira comenta que o Adam (Levine) se vai casar.
Reacção imediata:
Depois de ir ao google e confirmar:
Vou ali pro cantinho deprimir.
Crescer
A familiaridade aconchega-te no início.
Não precisas de questionar nada.
Afinal sabes tudo sobre tudo e estás bem assim.
Dói.
Acordas um dia, e apercebes-te que estás maior do que os teus horizontes permitiam, irrompes pelos escombros da pequena crisálida a que chamaste mundo.
Dói.
Uma dor boa, como se estivesses tempo demais submerso na água, e os teus pulmões reclamassem por oxigénio, ameaçando sair-te pelo peito.
Dói.
Subitamente vês o mundo de outra forma.
O mundo deixa de ser preto e branco, bom e mau, linear, e entras numa overdose de cores, nuances e ambiguidades.
Dói.
E quando deixa de doer, quando olhas para trás e vês o quão mudado estás, quando começas a ter certezas, quando te sentes aconchegado no teu pequeno mundo, O processo repete-se.
E Dói.
O casado
Começou a ir ao meu - antigo- posto de trabalho uma certa tarde de Verão, e subitamente tornou-se cliente regular. Nem lhe atribuí grande importância, o que mais por aí há, são clientes num supermercado.
Metia constantemente conversa , sempre muito simpático e atencioso, um sorriso que começava nos lábios e acabava naqueles olhos enormes pretos e misteriosos que não se descolavam de mim desde que entrava até sair.
Despertou-me o interesse - afinal quem é que não gosta de um bom flirt? - e dei por mim a ajeitar a gravata cada vez que o via entrar, e a ficar melhor disposto depois de o atender.
Passado um mês de "corte", e de já nos tratarmos pelo primeiro nome, adicionou-me no facebook. Uns dias depois, passadas algumas horas a cuscar-lhe as fotos - todas muito family friendly com amiguinhos e tios e primos, cão gato e periquito -acabei por criar coragem e meter conversa.
Trocámos números de telefone, e convidou-me para ir tomar um copo com uns amigos dele.
Ainda me tentei fazer de difícil... mas sejamos honestos por essa altura já não havia grande volta a dar.
Cheguei ao barzinho, e passado 5 minutos estava completamente à vontade com o pequeno grupo, como se nos conhecessemos hà imenso tempo.
As mãos dele não paravam de me passear pelas calças - o que tornava extremamente dificil manter concentração na conversa com os amigos - e depois de me pagar 2 bebidas (ou foram 5? já não me lembro)acabámos por ir dar uma volta.
Lembro-me de um dos amigos dele quando se despediu de nós, lhe dizer entredentes "não faças nada de que depois te arrependas", o que só mais tarde fez todo o sentido.
Fomos passear para a praia - vantagens de viver à beira mar no Verão - e acabámos aos beijos numas cadeiras de praia, tudo muito digno de algum enredo romântico de novela das 8.
E estava a ir tudo ás mil maravilhas, até àquele milésimo de segundo, em que, já com a mão bem dentro das minhas calças sussurrou "Não devia estar a fazer isto, sou um gajo comprometido"
(O que demorou um bocado a processar por causa da vodka)
As minhas pernas fecharam-se mais rápido que uma armadilha de caça enquanto me compunha e dava a noite por terminada ali.
Seguiu-se depois disso a mais constrangedora viagem de carro até porta de minha casa, seguida de um passoubem e um txauzinho.
No dia a seguir mandou-me uma mensagem, a dizer que estava bastante alcoolizado, e que foi tudo um grande mal entendido. Sim, aparentemente, "esqueceu-se" de comentar que vive com o namorado não sei bem onde (nem me interessava particularmente na altura), coisinha insignificante, né?
Ainda passa por mim de vez em quando e faz adeus, com o mesmo sorriso simpático e a maior cara de pau do planeta, e quem não sabe do sucedido pergunta-me porque é que sou "tão antipático com o rapaz". Afinal, estas coisas não acontecem só no cinema.
Primeiro encontro
Gosto do desconforto do primeiro encontro.
De como nos esforçamos para passar boa impressão,
das palmas das mãos suadas,
do contacto visual envergonhado,
das borboletas no estomago - que facilmente passam a abelhas
de descobrir uma pessoa e não saber nada sobre ela, e gostar disso.
De passear a uma distância "segura" nem demasiado perto - para não parecer desesperado - nem demasiado longe - para não parecer desinteressado.
É um jogo do gato e do rato, uma perseguição amigável, uma dança bem coordenada que culmina
com uma despedida algo reticente, ou, se a dança for bem executada, um tímido primeiro beijo.
De como nos esforçamos para passar boa impressão,
das palmas das mãos suadas,
do contacto visual envergonhado,
das borboletas no estomago - que facilmente passam a abelhas
de descobrir uma pessoa e não saber nada sobre ela, e gostar disso.
De passear a uma distância "segura" nem demasiado perto - para não parecer desesperado - nem demasiado longe - para não parecer desinteressado.
É um jogo do gato e do rato, uma perseguição amigável, uma dança bem coordenada que culmina
com uma despedida algo reticente, ou, se a dança for bem executada, um tímido primeiro beijo.
Muda de vida, se não vives satisfeito
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
As pessoas gostam muito de citar esta célebre canção, e eu passo-me cada vez que isso acontece.
Porque é tão simples como carregar num botão, não é um processo.
Apetece-te e mudas de vida num piscar de olhos e subitamente chovem arco-íris e notas de 500€, enquanto rodopias e cantas pela pradaria.
Pois claro.
Gaycismos* I
gay·cis·mo
(gay + -ismo)
substantivo masculino
1. Atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com características diferentes, nomeadamente sexualidade.
2. Aplicação de conceitos pré estabelecidos sobre o que é ser LGBT sobre um ou mais indivíduos
3. Idiotice num geral
Existe a concepção muito comum que o suficiente para que um homem gay se interesse por outro homem, é a existência de uma pila, e devido a essa ideia, são mais que algumas, as vezes que se ouve a seguinte conversa:
"Tenho o gajo perfeito pra ti"Gostos?
"A sério? Então?"
"É gay!"
Gay não tem.
Preto, branco, amarelo, verde, gordo, magro, alto ou baixo, é tuuuudo a mesma coisa, desde que seja homem.
Se apagarem a luz e trocarem por outro, ninguém repara, afinal, "um buraco é um buraco"
E se ficas muito tempo solteiro, é porque és esquisito, porque "o que mais praí há são homens, e os homens têm sempre vontade".
*Não consta de dicionário nenhum até à presente data, mas deviam considerar.
Ai Adam...
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Estreia amanhã a nova temporada de The voice.
E lá vou eu assistir, 70% por causa da presença do Adam Levine.
E lá vou eu assistir, 70% por causa da presença do Adam Levine.
Cheiro
"Queres um cigarro?"Estendeste-me o maço com 3 cigarros soltos enquanto procuravas o isqueiro.
"Não, não fumo"Mesmo assim Segui-te, quando te levantaste completamente nu e foste encostar-te ao parapeito da janela, como se fosse a coisa mais comum do mundo.
A marquise era minúscula e abafada, e depressa o fumo invadiu o espaço, mas não me importei.
Encostei a cabeça no teu ombro e inalei o teu cheiro.
Cheiravas a tabaco e a suor.
Um cheiro almiscararado, másculo, combinava com a tua barba que me arranhou o pescoço.
E ficámos ali, cigarro atrás de cigarro até as únicas luzes na marquise serem a da lua e do cigarro, e voltarmos para o quarto.
Seguimos rumos diferentes, O amor morreu... Ficou comigo o teu cheiro.
Cheiravas a tabaco e suor.
Amor instantâneo
sábado, 22 de fevereiro de 2014
Eu sou um graaaaaaaaande fã de comédias românticas - daquelas bem melosas com direito a declarações amorosas à chuva, casamentos interrompidos e noivas hormonais - e não me canso de largar uns suspiros idiotas quando vejo finais felizes.
Seria por isso de esperar que sonhasse com um grande amor, ao estilo princesa Disney em que os nossos olhos se encontram numa viagem de metro e e ele me cantaria uma serenata , e eventualmente começamos a dançar de mãos dadas e vivíamos felizes para sempre.
Passo a exemplificar:
Há uns tempos conheci um rapazito que esteve de férias na minha terrinha.
Tivemos um ou dois encontros, comemos qualquer coisa, conversámos um bom bocado, bebemos outro tanto, fomos passear de mão dada na praia, voltámos pra casa dele, e o resto deixo para a vossa imaginação.
Eventualmente o rapazito voltou prá terrinha dele, mas mantivemos contacto, nada de mais.
O perfeito romance de verão.
Passados três dias de se ter ido embora, falamos ao telefone, e a meio da conversa o moço larga-me um "amo-te".
E eu não sei, talvez eu seja um grande anormal por não ter começado ali a ganir de emoção e a berrar "também te amo meu amor" muito ao estilo dos filmes da Katherine Heigl, e ter em vez disso perguntado "Ahn?" enquanto largava uma gargalhada nervosa para atenuar o momento constrangedor.
Quando mais tarde lhe pedi para explicar como era possível, sendo que mal nos conhecíamos - relembro que tivemos dois encontros e até hoje não sabemos o segundo nome um do outro - encolheu os ombros e disse que não sabia.
E embora tenha sido uma bela massagem ao meu ego acabei por lhe explicar que se nos voltassemos a encontrar - o que até hoje não aconteceu - podiamos ver onde "isto" ia dar, mas que não acreditava em amores instantâneos. muito menos à distância.
Claro que não quero morrer sozinho e amargurado com a vida, mas quero-me apaixonar gradualmente. Conhecer a pessoa, aprender a lidar com os defeitos um do outro, conhecer os amigos, blablabla.
Aliás, só me sei apaixonar gradualmente.
É muito estranho isto?
Se calhar já estou desatualizado.
Seria por isso de esperar que sonhasse com um grande amor, ao estilo princesa Disney em que os nossos olhos se encontram numa viagem de metro e e ele me cantaria uma serenata , e eventualmente começamos a dançar de mãos dadas e vivíamos felizes para sempre.
... Mas isto é o mundo real e o amor não é como mousse de pacote, se que faz com meio litro de leite e boa vontade.
Passo a exemplificar:
Há uns tempos conheci um rapazito que esteve de férias na minha terrinha.
Tivemos um ou dois encontros, comemos qualquer coisa, conversámos um bom bocado, bebemos outro tanto, fomos passear de mão dada na praia, voltámos pra casa dele, e o resto deixo para a vossa imaginação.
Eventualmente o rapazito voltou prá terrinha dele, mas mantivemos contacto, nada de mais.
O perfeito romance de verão.
Passados três dias de se ter ido embora, falamos ao telefone, e a meio da conversa o moço larga-me um "amo-te".
E eu não sei, talvez eu seja um grande anormal por não ter começado ali a ganir de emoção e a berrar "também te amo meu amor" muito ao estilo dos filmes da Katherine Heigl, e ter em vez disso perguntado "Ahn?" enquanto largava uma gargalhada nervosa para atenuar o momento constrangedor.
Quando mais tarde lhe pedi para explicar como era possível, sendo que mal nos conhecíamos - relembro que tivemos dois encontros e até hoje não sabemos o segundo nome um do outro - encolheu os ombros e disse que não sabia.
E embora tenha sido uma bela massagem ao meu ego acabei por lhe explicar que se nos voltassemos a encontrar - o que até hoje não aconteceu - podiamos ver onde "isto" ia dar, mas que não acreditava em amores instantâneos. muito menos à distância.
Claro que não quero morrer sozinho e amargurado com a vida, mas quero-me apaixonar gradualmente. Conhecer a pessoa, aprender a lidar com os defeitos um do outro, conhecer os amigos, blablabla.
Aliás, só me sei apaixonar gradualmente.
É muito estranho isto?
Se calhar já estou desatualizado.
Casamento
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Nascemos todos para ser “normais”.
Para irmos a uma escola normal, ter amigos normais, ir a uma universidade normal, arranjar uma profissão normal, conhecer uma rapariga normal vivermos um romance perfeitamente normal , termos um casamento normal – com um vestido cheio de folhos, e véus e a ocasional pomba amestrada – 1,5 filhos normais (a média europeia, completamente normal) comprar uma casa normal, um carro normal e viver uma vida normal num apartamento nos suburbios onde os vizinhos pedem açúcar emprestado e há reuniões de condomínio no primeiro domingo de cada mês.
Uma num mar de tantas vidas normais que por aí se vêm.
E parece bom, confortável...
Até ao dia em que a realidade te atinge de frente e começas a ponderar "hey, se calhar não sou normal", porque quando fantasias sobre esse futuro "normal" em vez da rapariga, vem um rapaz.
E com este detalhe microscópico, tudo muda, como se da noite para o dia te tivesse nascido um segundo nariz.
De repente, dás por ti debaixo de uma lupa gigante, onde as pessoas tentam analisar o teu “desvio”. Porque alguma coisa te fez ficar assim.
E algumas pessoas vão virar-te as costas, porque não queres uma namorada, queres um namorado.
Porque "isso" não é "normal".
Foram as más companhias.
Foram os filmes que andas a ver.
É a alimentação.
É falta de religião.
E vai sempre haver alguém que te quer "arranjar" como se fosses uma torradeira avariada. quando na verdade és tão normal como qualquer um deles.
E podes ficar deprimido.
Podes mandar o mundo á merda.
Podes querer jogar-te da janela.
Podes fingir que foi "uma fase" e voltar para o armário.
A verdade é que um dia qualquer vais acordar olhar-te ao espelho e desabafar de ti pra ti:
-Cansei de "ser hétero"
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