Monogamia é Monotonia?

sexta-feira, 27 de março de 2015


Pode parecer complicado, chato ou até vazio. até que chega o dia em que ele aparece.
E subitamente todos os teus problemas se tornam mais leves porque tens com quem os partilhar, um companheiro, um amigo e um parceiro.
E é muito isto o imaginário colectivo. 
Porque as coisas nunca estão efetivamente bem enquanto se é uma pessoa solteira. A metade da laranja e blablabla, somos ensinados que alguém vai aparecer e subitamente tudo passa a fazer sentido.

E como romântico incurável que sou, lá vou procurando por ele.
Porque é verdade que a ideia de partilhar a vida com alguém é uma ideia que me agrada.
Ter alguém com quem te preocupes tanto quanto contigo, e com quem queiras viver os bons momentos, e apoiar nos maus. Todo aquele conceito bonito de amor romantico a que somos expostos desde sempre

Afinal, o ser humano é uma criatura social.
Gostamos de ter um parceiro, tal como todas as outras espécies.(porque os pinguins, os cisnes e os golfinhos não têm consciencia social, e naturalmente escolhem parceiros para a vida, só para quem me vier aqui dizer que "ah e tal, isso é norma social". acho que é mais norma genética).

Mas e quando ele - ou ela, é uma pergunta generalista - chega?

É o suficiente?

Cada vez vejo mais apologistas de relações alternativas.

Leio artigos, vejo reportagens, sigo documentários espalhados pela internet de pessoas que publicitam alto e bom som alternativas ao padrão monogâmico.

As conhecidas relações abertas, recurso a traições - de mutuo acordo ou não -, ou o envolvimento de uma ou mais pessoas no leito conjugal quando necessário.
E na maioria dos casos, justificam-se dizendo que a monogamia é um conceito ultrapassado.
Que é impossível para o Homem ser monogâmico e feliz, que não está nos genes, que não é da sua natureza.

Como bom advogado do diabo que sou exponho sempre e valido os seus argumentos.
Afinal é verdade, que todas as relações monogâmicas têm todas no mínimo duas fases de comportamento em comum.

A fase do encantamento, em que tudo é maravilhoso, e a outra pessoa é misteriosa e interessante e o foco do nosso universo, e a fase do hábito, em que o parceiro é território familiar e a novidade apenas não está lá.

E quem chega a essa fase por vezes advoca que o melhor é arranjar alguém por fora, variar no cardápio, ou até mesmo desligar a máquina da relação.

Mas...então e o amor? Não pesa para nada nesta equação?
Será que em vez de procurarmos por uma só pessoa, devemos procurar por várias?
Será a Monogamia Monótona?

Digam-me vocês

24 comentários:

  1. Querido amigo, isto depende muito do temperamento de cada um envolvido em uma relação. Sou casado com outro a mais de 40 anos ... Relação, como vc mesmo muito bem colocou, é construção e passa por fases ... Tenho para mim q ela é algo importantíssimo no sentido de se construir uma vida, um projeto, ter um amigo, um amante, um companheiro prara os bons e maus momentos. Se isto é suficiente no campo sexual? Aí mora a questão ... cada um tem as suas necessidades e carências. Não vejo a monogamia como algo fundamental em uma relação bem sucedida ... esta questão é uma cria da moralidade judaico-cristâ e incrustrada culturalmente na normalidade hétero-afetiva. Mas ela é pra valer na prática ou se trata simplesmente de um discurso hhipócrita. Para mim a segunda hipótese é a mais correta. Todos nós temos e teremos nossas vontades ao longo da vida ... resta saber até onde estaremos dispostos, até onde teremos forças para sublimar sem ser infeliz ... se sublimar for sinônimo de infelicidade pode saber q a relação vai por água a baixo ... Uma questão q envolve nuances e particularidades e q deve ser discutida e assumida com transparência pelos envolvidos.

    Beijão

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    1. Tem toda a razão quando fala em subjectividade caro amigo!
      Por isso pedi vossas opiniões, pra comparar diversos pontos de vista.
      O que eu acho meio estranho, é que é raro se abordar este tema pela vertente amorosa. Sempre pende pro lado físico da relação.

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  2. Eu acho que a monogamia não é monótona, mas é a minha opinião. Há pessoas que concordam, outras que discordam. Não sinto atracção por outras pessoas e não procuro porque estou feliz com o que tenho e amor tenho muito.

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    1. Fico feliz por vocês :)
      A mim pelo menos até agora não me aconteceu querer compensar por fora, nunca saberei o dia de amanhã para adivinhar, mas suponho que não vá acontecer provavelmente.

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  3. Quando a relação não é de monogamia, com certeza não será monótona uma vez que estamos às vezes com um, outras vezes com outro e outras vezes sozinhos.
    A relação monogâmica é tão monótona quanto deixarmos que seja.
    Claro está que dá trabalho.
    Não sou "casado" há tanto tempo como o Paulo Braccini, apenas metade mas, é possível não cair na monotonia. Direi mesmo mais, é imprescindível. Caso contrário, ou não dura muito ou é comodismos.

    http://good-blog-bad-blog.blogspot.pt/

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    1. Pois, tocaste num bom ponto xD
      O acostumar é normal, o problema é quando se acomodam :/

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  4. Quando há esforço de ambas as partes, não há monotonia, creio.

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    1. Também tens que saber distinguir quando te esforças de quando forças. acho que é uma lição a reter...

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  5. Não acho que a monogamia seja monótona, para alguns pode funcionar, para outros não.
    Há pessoas que conseguem amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, há diferente tipos de amores e não creio os que buscam um relacionamento poli-amoroso, com consentimento das partes seja pela monotonia ou uma desculpa para traição, mas por não se encaixarem nesse padrão de relacionamento monogâmico.

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    1. Mas o curioso Dominus, é que geralmente não leio ou oiço falar de amor nesses discursos.
      Sempre se fala de vários argumentos, mas raramente se aborda o tema especifico de amar alguém e trair ou ter vários parceiros simultaneamente.
      Não acho que toda a gente tenha que funcionar igual a mim, mas acho bastante interessante ver pontos de vista tão diferentes do meu nesse assunto tão abordado.

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  6. Miguel primeiro achei uma certa piada termos escrito algo que se enquadra no mesmo tema - as relações abertas" o que te posso dizer para além do que já escrevi no meu oceano é o seguinte: "somos ensinados que alguém vai aparecer e subitamente tudo passa a fazer sentido." ninguém me ensinou isso, e talvez por causa de andar sempre um pouco à margem do que os outros querem e fazem, dificilmente sentirei que tudo passa a fazer sentido só porque conheço alguém...digo mais, em parte acho que as pessoas, homens e mulheres, rapazes e raparigas andam um pouco desesperadas em tapar "buracos" sentimentais, já passei por isso mas sem nunca os tive tapados. Acho que uma relação aberta no meu caso era meio caminho andado para ter mais um buraco em mim.

    São opções de vida, desde que as duas pessoas se sintam bem, que sejam felizes. :D

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    1. Já lá dizia o outro "great minds think alike" :P
      Eu não acredito que um namorado seja um homem da manutenção emocional, mas há quem ande a vida toda nessa ilusão...

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    2. Nem mais Miguel :-) a manutenção emocional depende de nós e não dos outros.

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  7. Por mais que se advogue o "amor monogâmico", a verdade é que haverá sempre crises porque as pessoas quando passam muito tempo juntas e sempre juntas acabam por mostrar desgaste. A verdade, como disse o Leonel é que a questão da monotonia acontece se a deixarmos instalar. Por isso é que deixar de fazermos as coisas que gostamos, estar com os nossos amigos, estarmos sozinhos, por vezes, ajuda a relação a crescer saudável. Não acredito que incluir terceiros num relacionamento ajude, mas também é como diz o Dominus: o que funciona para alguns, poderá não funcionar para outros... até porque somos todos diferentes. Acredito porém na questão da metade da laranja e não sei até que ponto o Silvestre terá razão quando diz que temos vários "amores" na vida (ainda estou a descobrir isso). Portanto, aquilo que sei, ou "apenas sei" é que existem tantas soluções para os relacionamentos, como seres pensantes. Pessoalmente, e sendo ciumento, não me vejo a "partilhar" e quando estou, estou. Se me sentir atraído por outras pessoas e tiver vontade de ir mais além isso é um sinal que o meu relacionamento terá acabado, porque o amor... olha, foi-se. Até agora não aconteceu, mas eu não sei o futuro ;)

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    1. Crises acontecem em todos os casos, suponho que até em relações abertas ou as ditas alternativas.
      O Desgaste não é um problema, mas sim a forma como lidas com ele.
      Porque esconderes os erros atrás do "amor" é a forma mais fácil de os continuar a cometer vezes e vezes sem conta. É exatamente o mesmo que aquelas pessoas que batem no parceiro e depois compram flores e pedem desculpa e dizem que amam muito.
      O que pesa aos olhos do agredido é sempre o amor, mas o que devia pesar mais era o acto repetido em si.
      Por isso é que falo aqui nas relações abertas. Porque em Alguns casos que vou lendo - para nao generalizar erradamente pra todos, porque não é de todo o caso - vejo toda essa "alternatividade" como forma de compensar a falta de ligação emocional.

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  8. Partilho da opinião do Namorado.

    Por natureza o ser humano nunca está satisfeito (lambão!). Ainda assim, se partilhas a vida com uma pessoa, significa que essa pessoa te é especial e te completa (se não completa, devia lol). Se porventura há a necessidade de ir fora, então a coisa está mal parada e não é bom sinal.

    Tb concordo com o facto de não deixarmos a monotonia instalar-se. Eu tenho sentido um pouco isso. Tenho-me sentido um pouco sufocado e quanto mais tempo estou junto do meu rapaz, mais nos chateamos. É normal!

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    1. Quanto mais tempo estão juntos mais se chateiam? :/
      A questão da insatisfação humana é - novamente - muito subjectiva. Quer dizer, Neste caso em específico fiquei foi na dúvida se há um maior senso de plenitude nalgum dos tipos de relação comparativamente com os outros, porque embora eu n acredite mt nisso, podia ser que algum comentador me mostrasse pontos de vista interessantes que mudassem a minha perspectiva sobre o assunto

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  9. Assunto do qual passei o dia refletindo, e chegando a algumas conclusões que me assustaram de certo modo. hehehe Conheço um casal, que por sinal são cantores e vivem na estrada, que são adeptos do amor livre e defendem essa causa, tanto que em seus vídeos tratam sobre isso, de uma forma simples, clara e objetiva. Acredito que vá de casal para casal, conheço casais que são adeptos do poliamor, e que conseguem lidar com isso numa boa sabe?! Acredito que a base para esses relacionamentos terem dado tão certo até hoje é o fato do dialogo estar sempre presente, e falar de assuntos que são "tabus" tão abertamente e de boa.

    Já essa pessoa que vos fala, é aquele egoísta que não divide nem com a sombra do próprio namorado hehehe. Acredito que toda forma de amor seja valida hoje, o que importa realmente é estar feliz, e não cair na mesmice do dia-a-dia, cada qual a sua forma. Gozar a vida ao máximo, se é que me entende HAHAHAHAA :P

    Abração querido !!!

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    1. Pra mim pessoalmente essa partilha não dava. Sempre ficaria com aquela sensação de que eu nao chego pra satisfazer o cônjuge e ia ser o fim da picada. Mas sim "gozar" a vida xDDD

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  10. Respondendo à pergunta, a monogamia não é nada monótona, se ambos se empenharem em evitar que isso se instale.
    Parece-me, assim à partida, que nas pessoas que decidem ter uma relação não monogâmica há dois grupos: aqueles que o fazem para "quebrar a monotonia", e aqueles que o fazem como decisão ponderada de ambos, não porque a monotonia se tenha instalado, mas pelo desejo de ter uma nova experiência.

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    1. Este é daqueles assuntos em que n posso falar mt pq n tenho mesmo grande experiencia no assunto xD
      Sei que dão trabalho, e sei que há quem não queira trabalho e prefira procurar noutro lado quando ele aparece, mas pouco mais que isso.

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  11. É uma postagem bem ousada e um tema polêmico. Já traí em outras relações... na fase dos 20 e poucos anos. Hoje, chegando aos 30 eu sosseguei. Tanto que chegaremos a 1 ano de namoro sem incluir ninguém de fora da relação. A vontade às vezes surge, apenas como algo animal, de instinto... mas logo se dissipa. Nós, seres humanos temos o livre arbítrio e a consciência para esses casos. Agora quando ambos concordam em abrir a relação, privatizar, poliamor... é de cada um. Só acho algo muito moderno ao menos pra mim. Comigo não funcionaria. E há que se ter cuidado com gente que prega essa coisa liberal pelos quatro cantos e no fundo é um baita de um careta que quer uma desculpa pra ficar na sacanagem e não consegue manter uma relação. Manter uma relação viva, sem cair na monotonia é uma tarefa das mais árduas e para poucos, meu caro amigo.

    Abraço.

    Falei demais.

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    1. Nunca se fala demais.
      Pelo menos aqui nesta caixa de comentários :P

      Acho que traição não está necessariamente associada a uma idade especifica, mas a um momento/relação em especifica. Embora não ache correto, ainda entendo quando é num caso em que o "trainte" deixa de receber atenção por parte do traido. Mas é tudo muito relativo. Pessoalmente não gosto de o fazer, implica demasiadas crises de consciência.
      Quanto á monotonia... veremos :P

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    2. Miguel , pra mim o pior é trair as próprias convicções. Tem quem ache normal a ponto de a consciência não pesar. Como no meu caso pesa, e muito... eu fico na minha.

      Abraço.

      Te adicionei no Google +

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Respondo sempre e coiso.
(sou ótimo a motivar as pessoas hein?)