Percorri a loja com o olhar rapidamente e vi-o de soslaio.
O primeiro marmelo por quem me apaixonei estava ali, qual aparição do além, oito anos depois com o mesmo corte de cabelo, alto e magro com um relógio preto no pulso e barba cuidadosamente aparada, a trabalhar atrás do balcão da stradivarius.
Não vou negar que durante algunsanos meses sonhei com o momento em que nos encontrássemos na rua ocasionalmente, ele me visse todo elegante e maravilhoso - como sempre obviamente - e percebesse a monumental cagada que fez, me pedisse desculpa de lagriminha no olho, para que eu pudesse dar a estocada final com um redondo "não" esmagador de egos (já agora, na minha fantasia ele era trolha e eu estava com uma camisa de linho branco e umas calças de duzentos euros, porque a minha imaginação é uma novela da globo).
Afinal, foi ele quem me deu a primeira tampa monumental, que me fez ficar uns 9 meses trancado em casa a comer haagen daz e a ouvir Toni Braxton engordando a olhos vistos e adoptando uma postura celibatária que roçou o preocupante para alguém com a libido de um coelho em época reprodutiva.
Na realidade infelizmente não costumo andar com camisas de linho quando vou comprar prendas de aniversário... e quanto às calças de duzentos euros... bem eram umas jeans rotas de 10 euros compradas nos saldos, largas e gastas.
Dei por mim a rever tudo o que se passou, sorrindo nostalgicamente, parcialmente escondido atrás da prateleira dos óculos de sol.
Afinal, na altura era eu um jovem inexperiente e ingénuo, alheio à complexidade de uma relação amorosa e das implicações que ela mesmo depois de um mau término.
Vivia tudo com mais intensidade e não analisava as coisas de cabeça fria.
Agora não, sou uma pessoa madura e racional, que não se deixa afectar por memórias de um pé na bunda com quase uma década de existência e vive a sua vida de cabeça erguida.
Uma pessoa madura e racional encalhada mal vestida e despenteada.
Então, como pessoa lógica e racional sem rancores nem complexos que sou, larguei a secção dos saldos, tão minha amiga, e peguei na blusa mais cara que a loja tinha, uns brincos e um cinto a condizer, mentalizei-me para fazer a linha rica, empinei o nariz, e dirigi-me à caixa para pagar.
Pus a minha maior cara de snob, e preparei a minha cara de falsa surpresa, olhei-o pela primeira vez desde que entrara na loja diretamente nos olhos e pedi para fazer um embrulho, porque era oferta.
... E fiquei genuinamente surpreso.
... Afinal não era ele.
Sabem aquele momento, em que se começam a rir involuntariamente, depois de fazerem figura de ursos? Foi mais ou menos o que aconteceu, quando aquele rapaz muito bem parecido me perguntou se queria ou não laçarote no embrulho.
Quem ganhou nisto tudo, foi a vaca da minha amiga, só porque me esqueci dos óculos em casa, justamente num dia em que acordei aparentemente nostálgico.
E vocês?
Ainda ficam balançados quando encontram o vosso "primeiro"?
Não vou negar que durante alguns
Afinal, foi ele quem me deu a primeira tampa monumental, que me fez ficar uns 9 meses trancado em casa a comer haagen daz e a ouvir Toni Braxton engordando a olhos vistos e adoptando uma postura celibatária que roçou o preocupante para alguém com a libido de um coelho em época reprodutiva.
Na realidade infelizmente não costumo andar com camisas de linho quando vou comprar prendas de aniversário... e quanto às calças de duzentos euros... bem eram umas jeans rotas de 10 euros compradas nos saldos, largas e gastas.
Dei por mim a rever tudo o que se passou, sorrindo nostalgicamente, parcialmente
Afinal, na altura era eu um jovem inexperiente e ingénuo, alheio à complexidade de uma relação amorosa e das implicações que ela mesmo depois de um mau término.
Vivia tudo com mais intensidade e não analisava as coisas de cabeça fria.
Agora não, sou uma pessoa madura e racional, que não se deixa afectar por memórias de um pé na bunda com quase uma década de existência e vive a sua vida de cabeça erguida.
Uma pessoa madura e racional encalhada mal vestida e despenteada.
Então, como pessoa lógica e racional sem rancores nem complexos que sou, larguei a secção dos saldos, tão minha amiga, e peguei na blusa mais cara que a loja tinha, uns brincos e um cinto a condizer, mentalizei-me para fazer a linha rica, empinei o nariz, e dirigi-me à caixa para pagar.
Pus a minha maior cara de snob, e preparei a minha cara de falsa surpresa, olhei-o pela primeira vez desde que entrara na loja diretamente nos olhos e pedi para fazer um embrulho, porque era oferta.
... E fiquei genuinamente surpreso.
... Afinal não era ele.
Sabem aquele momento, em que se começam a rir involuntariamente, depois de fazerem figura de ursos? Foi mais ou menos o que aconteceu, quando aquele rapaz muito bem parecido me perguntou se queria ou não laçarote no embrulho.
Quem ganhou nisto tudo, foi a vaca da minha amiga, só porque me esqueci dos óculos em casa, justamente num dia em que acordei aparentemente nostálgico.
E vocês?
Ainda ficam balançados quando encontram o vosso "primeiro"?
Nem por isso, a idade não foi simpática com ele *riso maléfico*
ResponderEliminarHahahahahhaaha adorei. Só tu filho <3
ResponderEliminarOK, fizeste-me rir logo de manhão. Sou amigo de todos os exs menos um que desapareceu no éter.
ResponderEliminarPenso q isto acontece com todo mundo ... sempre rever alguém q nos marcou no passado gera estas ansiedades ... mas neste caso específico, penso q precisas consultar um oftalmologista urgente ... vai ficar mais barato q comprar pendas caras ... kkkkkkkkk
ResponderEliminarotima historia... pelo visto sair de casa sem óculos faz mal ao bolso! rsrsrsr
ResponderEliminarEu fico balançado com outras coisas :-p
ResponderEliminarDelicioso!
ResponderEliminarNão, balançado não fico!
Passado arrumadinho.
Nunca encontrei nenhum ex, até porque são tão poucos que tenho maior probabilidade de ganhar o euro milhões
ResponderEliminarlllllllllllllllllllllllllllllloooooooooooooooooooooooooool Muito bom!
ResponderEliminarE não, não fico balançado. Está mais que resolvido e ficámos amigos.