Natal

domingo, 25 de dezembro de 2016


Não sei se peça ao Pai Natal juízo, um homem, ou estabilidade económica.
Parecem me ser todos mutuamente exclusivos.

Feliz natal para todos vocês

Sailor Moon Crystal removida de canal Panda Biggs por cenas gay

sábado, 17 de dezembro de 2016

[Antes de começar, um pequeno aparte, Sim, ainda estou vivo. Precisei de uma pausa, com o kit kat, para me reinventar, e buscar inspiração. Espero que esteja tudo bem convosco queridos leitores e colegas bloggers, vamos seguir para o post]



Ora, para quem me segue há algum tempo, sabe da minha pequena devoção às já velhinhas "Navegantes da Lua" no original "Sailor Moon".
Em celebração pelos vinte anos da obra original - publicada em 1992 - resolveram fazer um remake da animação, de raiz, com o aval da escritora, Naoko Takeuchi.
E décadas depois, nós fãs pudemos voltar a reviver a magia das belas guerreiras mascaradas que lutam pelo amor e justiça nas suas mini saias.
Meses depois do seu release original, o canal Panda Biggs comprou os direitos de exibição, e permitiu assim a novas gerações conhecerem também a história.

Ora, isto é tudo muito bonito e tal, até saltarmos para 2016, ano em que a 3ª temporada estreia e traz consigo as duas primeiras personagens "não padrão".
Michiru e Haruka, as navegantes de Neptuno e Úrano são namoradas e mulheres, portanto, um casal lésbico.
Dirão vocês:
"Estamos em 2016, psh, quem é que quer saber de duas lésbicas numa série animada?"
Aparentemente O Panda Biggs quer.
Depois de editar um dos episódios para remover a cena abaixo - com um beijo entre duas raparigas,
retalharam outro seguinte para que não se explique a identidade de género - que roça o genderfluid - outra das personagens.
os fãs viram, e reclamaram, a rede ex aequo fez uma exposição, e....

Como que por magia e sem avisar os espectadores, os senhores do Panda Biggs que primeiro alegaram "direitos editoriais" removeram a série do ar.
Por causa da existência de conteúdo LGBT mínimo na bendita série.

Volto a relembrar, que estamos em 2016, não em 1992, altura em que a obra foi publicada e o mundo não acabou por duas meninas serem lésbicas e andarem aos beijos.

Vergonhoso, panda piggs. ups biggs.

Grindr, Take #1

sábado, 3 de setembro de 2016


Agosto
Estou naquela fase.
Gato escaldado com bastante medo da água quente.
Tento não cair no cliché de assumir que os homens, essas grandes bestas, serem todos iguais.
Instalo o grindr, no auge do verão, camisas decotadas e depilações feitas, e espero que caiam propostas.
E elas não tardam, pequenas restaurações temporárias na minha fé pelos homens, e pela minha vida romantico-sexual.

Escolho um dos poucos que não me ilumina o ecrã com convites para um fodão ou derivado, porque estou - aparentemente - numa de boa moça.
Falamos da vida, de gostos, de aspirações, toda aquela conversa digna de mostrar à tia-avó emigrada, com pequenos laivos de química e boas doses de flirt.
Trocámos a foto da praxe, e eventualmente, combinámos um encontro, meio a palpar terreno.

E vou, sorridente pelo mar de turistas, entretido pela música e pela promessa de uma noite interessante.
Sento-me num banco à beira mar e espero.
Espero uns minutos.
Espero uma hora.
Espero duas.

Desisto depois de não obter resposta a nenhuma das mensagens e não ver sinal do rapaz.

Compro um gelado e subo a rua, e vejo pelo canto do olho um casalinho aos beijos num canto menos iluminado da rua.
Dois miúdos novos, Provavelmente turistas, um loiro e baixo, com gargalhadas sôfregas a fingir afastar as investidas de um moreno de óculos.
Reviro os olhos, suspiro e acelero o passo, controlando a ânsia de dar um safanão aos dois miúdos e gritar-lhes que é provavelmente uma paixãozeca idiota de verão, influenciada pelo bronzeador e pelos mojitos, fadada a morrer na mesma altura em que as minhas camisolas de malha voltem a ocupar a prateleira principal do armário.

Deixem-me.

Estou naquela fase...

Ou talvez não.

27

segunda-feira, 15 de agosto de 2016



Vieram e foram, sem grande alarido ou celebração, como começa a ser costume.
Os amigos lembraram-se e fizeram-me sentir especial, os ex sensatos esqueceram-se e fizeram-me ficar grato, os ex persistentes quiseram combinar o famoso café afoga ganso e fizeram-me sentir desejável.
uma miríade de sentimentos para uma mão cheia de anos de vida.

Não sei qual app tem mais utilizadores

segunda-feira, 1 de agosto de 2016


Se o Pokemon Go, se o Grindr, em Agosto, no Algarve.
No fim das contas, o princípio é o mesmo, Apanhá-los todos.

Nos últimos capitulos

sexta-feira, 29 de julho de 2016


Apaixonei-me
Foi bom
Depois foi mau
Foi bom outra vez, e mau outras tantas.
Passaram-se sete meses e os maus pesaram mais que os bons
Desapaixonei-me
Não foi bom.

Mereço uma medalhinha

segunda-feira, 20 de junho de 2016


Ando há um mês no ginásio, e ainda não postei nenhuma foto da ocorrência nas redes sociais com a #workhard

Orlando

segunda-feira, 13 de junho de 2016


Apanhou-me de surpresa, abalou-me um pouco, afinal, foram 50 inocentes.
Reparei no fim de contas que:

Quando em França morreram 12, #JesuisCharlie
Quando em Bruxelas morreram 32 #PrayforBrussels
Não morreu porra nenhuma na seleção nacional, #somostodosportugalronaldoesardinhasassadas,
Morreram 50 em Orlando, são gays, não ganham hashtag, fotos temporárias de perfil, nem um terço da atenção nas redes sociais.
Lógico.

Pai, Mãe, sou Gay

quinta-feira, 9 de junho de 2016


Sempre disse, e continuarei a dizer, que o armário é uma coisa muito relativa.
O meu, sempre foi um armário de vidro, com portas trancadas a medo, escondendo o que estava claramente à vista.

Com os anos foi ficando mais difícil tentar abrir as portas, cada vez mais perras e transparentes, desgastado pelo peso dos anos e das pequenas (e grandes) mentiras - brancas, cinzentas ou negras, todo um degradé de escapismo - que sempre imaginei ser a causa de um barulhento estilhaçar.

Com medo de me cortar, continuei lá dentro, escondido à vista de todos.

E depois, aconteceu tudo de forma muito rápida, sem metáforas ou subterfúgios.
Na minha cabeça ecoou
"Não precisas de continuar a mentir"
E não menti.
Encolhi-me e disse o que tinha escondido tantos anos, infrutiferamente.
Esperei pelo pior, todos os cenários negros que correram a minha cabeça ao longo destes anos.

O pai, ligeiramente desiludido, mas nada surpreso, diz de voz velada que família é família e não é por isto que vai deixar de o ser.
A mãe, sorridente, diz que não é parva nenhuma, e que só me quer feliz.

Limpas as lágrimas - as minhas, porque como boa drama queen que sou larguei um garrafão de àgua de luso - respirei fundo e reparei pela primeira vez o quão pequeno era o armário que me aprisionou todos estes anos.

Como coincidência cósmica, saí do armário justamente no mês do orgulho LGBT.
A vida tem destas coisas.

Nostalgia blogueira

segunda-feira, 6 de junho de 2016



Estava a dar uma limpeza à minha lista de leituras, por causa do pequeno contratempo com o blog do Ricardo, e acabei por reparar que a blogaysfera sofreu uma desbastadela (nada) simpática desde que dela comecei a fazer parte.
Desapareceram uma data de blogs, poeira cósmica, na rede.
Passo pelo meia noite e um quarto, pelo blog do Miguel Almeida, o Rúben,  ou pelo da bicha vai nua - que suponho que se tenha vestido nos entretantos - , entre tantos outros que se eclipsaram.
E embora já há algum tempo, nunca me tinha confrontado com essas pequenas percas, duma pequena "família" imaginária que se foi construindo.
Se tiverem vivos, vão dando notícias meninos.

Pedro e Lorenzo Take II

Verdade seja dita, é Sexy family e não Smart Well Informed Family, têm desculpa.

Hoje fui turista

sábado, 4 de junho de 2016



Porque euzinho também mereço.

Sabes que és gay quando:

quinta-feira, 26 de maio de 2016


Não mudas de fila no supermercado, com outras mais pequenas disponíveis porque o rapazinho à tua frente está a usar umas calças que lhe realçam bastante o pacote.
E ele percebe que estàs a olhar e também não muda de fila

O armário do filho único...

quinta-feira, 12 de maio de 2016

É mais difícil de abrir?

Irmãos influenciam quando toca a sair do armário?
Digam-me o que acham, debatam e conversem

O ex nostálgico

quinta-feira, 5 de maio de 2016



Como tantas outras histórias de "amor" entre dois rapazes, começámos no manhunt...
Ou foi no Grindr?
Hornet?
Não sei, é igual ao litro.

A fase da lua de mel veio e foi-se, o encanto morreu, ficaram as memórias de quecas bem dadas - modéstia à parte -, os investimentos em preservativos com sabores, e a costumeira promessa de manter o contacto.
O tempo voa, e o contacto foi na melhor das hipóteses telegráfico.
Perguntas de trabalho, dos estudos, do cão do gato e do periquito, sem qualquer resquício do romance meloso que outrora bateu em nossos corações - ou seriam virilhas?
Poderia acabar por aqui, uma trágica história de um romance que nunca o chegou a ser, um souflé que desabou antes de estar pronto.
Mas obviamente não se ficou por aqui.
Volta e meia, nas épocas festivas quando a fome é negra e o grindr anda às moscas, magicamente a memória funciona , e lá se lembra do meu número de telefone para enviar sentidas mensagens de saudade e introspecção.

Saindo do trabalho, um destes dias, o telefone volta a vibrar, trazendo consigo uma pergunta inócua quebra o silêncio de meses.
"Como estás? Tenho pensado em ti."
E embora à primeira vista não pareça, eu já sei imediatamente que isto é uma uma tentativa desesperada de me voltar a saltar para a cueca.
A converseta floreada passa pela localização geográfica do dito cujo, e rapidamente escala para um digno:
"Tenho saudades de te arranhar as costas" 
ou
"Lembras-te da ultima vez que demos uma?"
E não sei sei é suposto o meu cérebro estar algures na minha glande, porque só assim se explica a noção de que era suposto ir a correr cada vez que um marmanjo qualquer se lembrar que eu só sirvo para lhe apagar o fogo.
Sorrio malevolamente, enquanto a minha consciência me sugere que o faça sofrer um bocado, antes de lhe cortar as asas.
Quando eventualmente me aborreço da conversa, e o informo da minha atual relação, rebate com um:
"Ah, ainda andas nisso? Pensei que tivesses vontade. Fica para a próxima"

Porque com propostas assim, quem consegue resistir, nénon?

Fica a pergunta:
Reciclagem de ex agora é uma trend?

A primeira vez que beijei um rapaz

sábado, 19 de março de 2016


"Vens ver um filme a minha casa?" 
- Não consigo deixar de pensar que se todos os convites destes resultassem mesmo num filme assistido, tinha o equivalente a um mestrado em análise cinematográfica moderna.-
E lá fui, num misto de ingenuidade e expectativa que fazia o meu estomago girar mais depressa que uma máquina de lavar no programa de centrifugação - afinal, nunca tinha em nenhuma espécie de encontro, muito menos com um homem.
Acontecia tudo numa espécie de câmara [insistentemente] lenta que tornava as conversas em ecos distantes.
 Falámos efetivamente em filmes, lembro-me de ver uma coleção simpática de filmes de terror, e tenho uma muito vaga ideia de me ter feito sugestões enquanto se aproximava, não muito discretamente.
Cheirava bem, a after shave e tabaco, uma combinação estranhamente agradável, lembro-me de ter as palmas das mãos suadas, um mar de dúvidas e autorecriminações a inundar-me a cabeça - afinal estava a forçar aberta a porta do armário que se manteve escrupulosamente fechada anos a fio.

E depois aconteceu.
E pode parecer anticlimático, mas mal as nossas bocas se encontraram e a barba me arranhou a cara não senti nenhum tipo de borboletas ou qualquer outro inseto esvoaçante no sistema digestivo como é da praxe, Não tive nenhuma epifania religiosa;
Nenhum chamado divino;
Senti apenas uma  alívio imenso.
As preocupações foram-se todas pela janela á medida que o beijo se prolongava, agora a uma velocidade agora acelerada.

O beijo?
Foi bom, mas o que recordo sempre é aquele alívio imenso.

E vocês, ainda se lembram?

O cupido é um bocadinho filho da puta

sábado, 12 de março de 2016


Quando ando só e abandonado pelas ruas da amargura, é todo um comício de avantesmas, gajos sem ponta por onde pegar - sem ser a lá de baixo, não é verdade.

Mal começo a estabilizar com alguém de que gosto minimamente, aparecem partidos interessantes de todos os lados, como moscas atrás de fruta madura.
Isto é só comigo?

E neste dia da mulher, continuo com uma grande dúvida:

terça-feira, 8 de março de 2016


Como é que porra ainda existem gays que não são feministas?
É igualdade minha gente, pura e dura.
E nós mais que qualquer pessoa devíamos querer isso.


Sabes que és gay quando:

domingo, 6 de março de 2016

... Esta música te traz memórias tenebrosas, e não só gargalhadas.

Mudanças

sábado, 5 de março de 2016

Assustam.
Às vezes evitamo-las como o diabo foge da cruz, por trazerem incerteza, mas são muito necessárias.
E como diz o ditado, quem não arrisca, não petisca!
Hello meninos e meninas!
Tenho andado num reboliço estes últimos tempos, com algumas mudanças a nivel pessoal e profissional que me desregularam o horário blogosférico todo.
Estou agora a normalizar as coisas e não tarda volto a debitar as minhas postas de pescada, só para não ficarem preocupados com o meu evaporar cibernético.

Depois de duas temporadas de Queer as folk

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016



Ainda não tive overdoses de ecstasy, não fui a nenhuma orgia com máscaras, fiz swing, fiz porno (caseiro, por cam ou profissional), nem engatei quatro garanhões num bar para um gangbang.
Começo a achar que me inscrevi no balcão errado, porque o meu lifestyle gay é tremendamente aborrecido por comparação.


A melhor coisa do dia dos namorados...

domingo, 14 de fevereiro de 2016

É que no dia seguinte, o chocolate baixa de preço.

Sozinhos

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016


Domingo é o dia de São valentim, e como tal, resolvi mandar a minha posta de pescada.
Quando dei por iniciada a jornada de jovem solteiro, vim com uma ideia predefinida - e particularmente idiota - de que ia ser tudo uma diversão despegada.

Que os sábados à noite iam ser passados num qualquer oásis paradisíaco com horas de dirty dancing na pista de dança e imensos orgasmos aptos a fazer Samantha Jones e Hank Moody -para quem não sabe, Sex & The City e Californication, respectivamente - Corar.
Toda uma montanha russa de homens maravilhosos bonitos e interessantes prontos a pagar-me jantares só pelo prazer da minha companhia, e a cortejar-me como se fosse o último pacote de oreos numa convenção de comedores compulsivos.

A realidade atingiu-me no focinho como uma toalha molhada estendida ao vento na sibéria, quando me apercebi que uma grande parte dos meus sábados à noite envolviam maratonas de séries, pipocas e chá.
Como substituto dos orgasmos, tinha sempre a regular tablete de chocolate em promoção do pingo doce, e no lugar de  todos os homens lindos e interessantes, a pagar-me jantares que imaginei, tinha o rapazinho estrábico da peixaria do Lidl a tentar saltar-me para a cueca, ou o ocasional casanova que se esquecia da carteira na altura de pagar a janta.
A saturação imiscuiu-se num canto abandonado da minha consciência e cheguei ao eterno chavão.
"Não preciso de nenhum homem"
... E depois de uma das muitas fases de libertinagem, percebi que o reverso da moeda era assustadoramente evidente, e afinal, nenhum homem precisa de mim.
E aquela noção de rejeição tão óbvia caiu-me pior que um mergulho no mar depois de almoçar num all you can eat de picanha.
Afinal, depois de um certo número de encontros furtivos sem qualquer tipo de ligação, percebes que estar sozinho, mais do que uma jornada de autoconhecimento e crescimento pessoal pelo mundo - o que supostamente acontece quando não és uma bicha pobre, como eu - , segundo o que dizem os livros de auto ajuda, é - muitas vezes - um grande tédio.
E passando pela espiral dramática que é a minha imaginação, percebi que temos todos um bocadinho de medo de estar sozinhos.
E corremos atrás de pessoas que não nos respeitam, mantemos-nos em relações que não nos realizam,
não aguentamos um término sem pular imediatamente para a próxima, ou saltamos de cama em cama, tudo porque a noção de estar só é por si só avassaladora.

Porque temos tanto medo de estar sozinhos?
Também tiveram um eventual choque com a realidade, ou fui só eu?

Está aberto o debate.

Converti-me a Jesus no trumps

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016


... Ou ao menino de olhos azuis vestido de padre sexy que lá estava no sábado.
Se por algum acaso macabro estás a ler isto, Amen brother.

Cidadãos de Segunda Categoria

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016


Hoje, folheando os blogs, lembrei-me de quando no More- deviam ir também, ele até fala de coisas interessantes - se perguntou se sentíamos a necessidade de nos assumir ou não no ambiente de trabalho.
Isto lembrou-me uma história que aconteceu há uns meses.

Como todas as histórias interessantes, esta começou depois de uma salada de batatas, no jantar da empresa - Se soubermos que a vodka é destilada a partir da batata, não deixa de ser verdade. - ... ou sete. Não sei, era open bar, deixei de contar as "saladas de batata " a certa altura.

Rapidamente entrei na fase Quenga, sabem bem o género: Visão toldada, libido em alta, e discernimento zero, aquela sensação extasiante de quem vai comer até o barman zarolho, porque o espelho reflete um garanhão sensual e pujante, irresistível aos olhos de qualquer mortal num raio de cinco quilómetros.
Como seria de esperar nessas condições, acabei por me enrolar com um moço na pista de dança de uma discoteca "hétero" - que sinceramente me começa a parecer uma diferenciação ridicula, porque a discoteca não tem sexualidade - , sem grandes pudores, afinal, não estava a fazer nada de propriamente errado - afinal quem nunca - e nessa mesma pista de dança, a alguns passos, um colega meu fazia precisamente o mesmo com uma rapariguinha aleatória.

O post agora poderia contar de forma rocambolesca e divertida como tive uma one night stand com o rapaz e depois quase morri de constrangimento quando o efeito da bebedeira passou a meio do acto e vi com quem me tinha enrolado, mas não é essa a ideia.

Retrocedamos novamente até à pista de dança, onde estávamos os quatro alegremente na marmelada, eu com um rapaz e o meu colega com uma rapariga. no meio deste cenário sinto uma mão agarrar-me firmemente no ombro, enquanto  um dos meus colegas nos separava, e dizia para "nos controlarmos".
Eu, que até nem sou particularmente exibicionista, em condições normais, acedi por uns segundos, culpando a bebida.
Afinal estávamos aos beijos em plena pista de dança.
Sentei-me com uma bebida na mão, enquanto o meu par se afastou até ao wc, e num acesso de lucidez, olhei em redor.
No mesmo lugar exato continuavam o meu colega, e a sua amiga alegremente aos beijos e esfreganços descarados.
E ficaram nisto mais um bocado, sem uma única pessoa se dirigir a eles e dizer para "se controlarem".
A única diferença para o que se estava a passar entre eles e nós, uns momentos antes, era a existência de uma vagina na equação.
E sabem o que aconteceu?
Dentro de mim, toda uma revolta incontrolável incendiou-se - provavelmente ajudada pelo álcool no meu estômago, que dava para abrir uma destilaria. - com o preconceito velado.
Podia ter começado uma discussão.
Podia ter dado uma lição de moral ao rapaz que nos foi separar.
Em vez disso, qual cabeça de fósforo que sou, fui cambaleante buscar o outro desgraçado que estava a beber um gin no bar, arrastei-o até à pista de dança e, qual grito do Ipiranga , preguei-lhe um beijo enorme, digno de cinema - porno é cinema também, okay? - e dançamos desajeitadamente, em celebração daquela recém forjada liberdade - em retrospectiva, talvez ele só tenha dançado porque sabia que íamos acabar nus naquela que rapidamente se tornou na one night stand mais estranha de toda a minha vida, mas não divaguemos.
E isto não é uma lição de moral.
Ou talvez seja, não sei.
Ninguém tem que exibir a sua sexualidade.... Mas porque temos que a esconder?
Só beijar em discotecas gay e dar a mão em sítios desertos,ou no cliché do escurinho do cinema, pode ser mais confortável, mas Somos nós cidadãos de segunda categoria, para nos limitarmos a fazer as coisas mais mundanas apenas em ambiente específico controlado?
Para não chocar ninguém?
Onde está a igualdade nisso?

A vida é um livro

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016


Esqueceram-se foi de dizer que vem em braille, e não sabes o que vem a seguir só de olhar.

Forever Alone

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Resolvi dar um tempo aos homens, depois da última miserável tentativa falhada de encontro, que acabou em casa sozinho com um sundae de caramelo acompanhado pelo familiar xvideos.
Resolvi expandir o meu círculo pessoal, afinal, amigos e zeros à direita na conta nunca são demais, e sempre era interessante ter mais algumas pessoas com quem tomar uns cafezinhos e desdizer a humanidade num geral.
Conheci um rapaz, aqui das redondezas, num grupo de facebook, e fomos falando durante uns meses.
É simpático, vive com o namorado e o cão - só para reforçar a ideia de que não tencionava abrir as minhas pernas mais depressa que as portagens da 25 de Abril - e tínhamos conversas divertidas e despreocupadas, como pessoas normais têm.
Passados uns meses, ele fez anos, e convidou-me para a festinha, com alguns amigos de longa data dele, que eu pensei - como qualquer pessoa pensaria - tornar-se-iam no mínimo meus conhecidos regulares.
Claro, o cosmos, observando-me na sua cadeira forrada a veludo com as suas unhas de acrílico púrpura e o seu infinito sentido de humor negro, resolveu vetar a ideia.

Então, chegado á festinha de aniversário, depois de alguma conversa fiada e um jarrinho de sangria, começo a ouvir um nome familiar, ocasionalmente mencionado..
Apercebo-me então, que o rapaz com quem ando a falar há meses, é não só conhecido - coisa que eu suspeitava - , como o melhor amigo de um ex-coiso meu, com quem saí uns meses.
E que aquele grupo selecto de amigos, era o grupo de amigos do meu ex coiso.
E que metade da noite foi passada a mencioná-lo.
E que provavelmente já toda a gente sabia disso.
Menos eu.

Então, qual alcachofra socialmente inadaptada que sou, ingeri o meu peso em álcool e adormeci no sofá, com a ligeira sensação que provavelmente nunca mais ia ver aquelas pessoas outra vez.
Uns dias depois, o meu ex-coiso reaparece das cinzas do silêncio, porque me viu na costumeira selfie do jantar, e quis saber muito - pouco - discretamente o que se passava, como se estivéssemos novamente no ensino médio e eu estivesse a tentar roubar-lhe o grupo de amigos, uma espécie de back off bitch muito cheio de "lols" e "tudo bem" .
Quem precisa de amigos não é verdade?
Tenho chocolate.
E netflix.
E xvideos.

Sabes que és gay quando:

sábado, 23 de janeiro de 2016


Aproximadamente dez amigos te mandam este vídeo e dizem "isto és tão tu"
E tu te queres ofender imenso, porque ...não tens nojo de vaginas, e todo o conceito é ridículo, e aquilo foi exagerado para a câmara porque se eles fossem sérios não teria piada....mas lembras-te que tecnicamente nunca olhaste para nenhuma, mesmo aquela em que entraste em contacto.

London Spy

terça-feira, 12 de janeiro de 2016


Ano: 2015
Género: Drama, Crime, Thriller

Nesta minisérie criada pela BBC, Danny (Ben Whishaw), um jovem promiscuo e hedonista conhece Alex (Edward Holcroft), um génio matemático introvertido e rapidamente se apaixonam.
O que poderia ser mais uma série romântica abordando o cada vez mais desgastado cliché das dificuldades em ser-se um homem homossexual, sofre rapidamente um face volte quando ao fim de 8 meses, Alex é encontrado por Danny morto num cenário macabro.
Fica no ar a pergunta: Até que ponto conhecemos aqueles que amamos?
Em cinco episódios acompanhamos Danny na sua jornada tentando provar a sua inocência na morte de Alex , enquanto desvenda o seu verdadeiro passado.
É ajudado por um amigo de longa data, Scottie (Jim Broadbent), um antigo espião do MI6, por uma encruzilhada entre a verdade e a sobrevivência.

A ver se: Gostam de tensão psicológica.
A evitar se: procuram cenas tórridas de sexo e finais felizes ao som de bandas indie.

Classificação pessoal: 8/10

Por trás das apps

domingo, 10 de janeiro de 2016


Por causa do artigo no dezanove, sobre a mais recente adição à família de aplicações de engates encontros, um tal de happn, dei por mim a lembrar me da minha última incursão nas apps, já há um par de meses.

Mais uma sexta feira em casa sozinho, munido de chá ,séries e uma dose generosa de tédio, levou a que reinstalasse pela décima vez o hornet no telemóvel. 
Finalizada a atualização, uma maré de caras familiares preencheu o meu ecrã, como um jantar de páscoa em família, em que somos rodeados por familiares afastados que vemos ocasionalmente mas dos quais nem o nome sabemos. 
O tempo passa, mas as caras continuam as mesmas.

Esperei, qual leão atento a observar a presa. 
Porque eles vêm sempre, se esperares tempo suficiente. 
Fui, passados uns minutos recompensado por um alegre zumbido.
Atraí um rapaz magro. alto, olhos castanhos e sorriso reservado, orelha furada e casaco de cabedal na foto de perfil, deixavam-se acompanhar por uma citação de de um qualquer poeta descrevendo a beleza do amor, mentiras de engatatão barato, presságio da profunda conversa que se seguiu.

"Olá lindo, tudo bem? :)"
"Tudo, e contigo?"
"Também. Vou adicionar-te aos amigos aqui no chat"
"Okay, pode ser. que fazes por estas bandas?"
"Quero conhecer alguém especial, um namorado, e tu lindo?"
"Acho que queremos todos isso, não é verdade?"
"Mostras-me a tua pila? É grande? Gosto de paus grandes" 

Seria um grande imbecil se ficasse deprimido com a noção de um quase amor que não passou da virilha para cima, tendo em conta a quota parte de casos semelhantes que já por lá apanhei. 
Mas não é sobre isso que falo. 
Não é sobre a concentração de homens interessantes consoante localidade geográfica, ou sobre as técnicas impressionantes de engate que deviam entrar para a nova lei dos piropos, de tão grosseiras e más que são.

É mesmo sobre as apps.

Culpam-se os grindrs da vida. os manhunts. e as nossas fracassadas vidas amorosas são-no assim por causa dessas diabólicas apps.
Afinal, porque é que as apps - de "encontros" - não resultam?
Não podemos ser nós gays. 
Afinal, os héteros também as usam!
Não somos só nós, minoria autosegregada e apreciadora de - aparentemente - grandes pilas e divas pop. a maioria de indivíduos reprodutores também põe o seu pezinho pelo Tinder, Badoo, e até o polémico secondlove (o site para relações extraconjugais, que curiosamente até á presente data não aceita inscrições de homens que queiram ter casos com homens, porque é uma aplicação de valores familiares, mesmo no que toca a encornamento).

E indignamos-nos com a ideia de um preconceito cerrado, que nos digam que somos todos promíscuos e só queremos sexo...
E podia perfeitamente escrever aqui uma coisa toda new age, positiva com unicórnios e coelhinhos a dizer que é tudo um complô.
Culpar a astrologia, afinal Marte está em escorpião. É por isso. 
Culpar as condições económico sociais. Afinal, com os ataques terroristas, ninguém tem cabeça para relacionamentos sérios, e com a crise sai mais barato comprar preservativos que dividir despesas com o namorado.

O problema, é que...
Somos mesmo nós.
Dizemos andar atrás de príncipes em cavalos brancos quando saltamos para cima do primeiro boi cobridor que der mole.
Porquê?
Porque é mais fácil.
Ter uns rendez vous descomprometidos, Poder dormir com quem queres e não teres qualquer tipo de ligação ao fulano, é infinitamente mais fácil do que saltar para uma tentativa falhada de namoro - falando por experiência própria, não necessária, já que podiamos chegar a essa conclusão só com lógica comum, mas hey.
E nem há nada de errado com isso. 
O problema é que ninguém gosta de o admitir. 
Podem gabar-se aos amigos, fazer da vida sexual uma newsletter semanal, mas chegados ás apps, há todo um nevoeiro de hipocrisia em torno do assunto.
E é este o maior problema.
Encorajamos o uso das apps, não como uma ferramenta para conhecer pessoas e tentar algo mais do que tirar a cueca, mas como uma eterna muleta. 
Quando devíamos encorajar a ideia de inclusão acabamos por nos segregar escondidos por trás das apps, a combinar quecas semi anónimas enquanto fingimos todos ser cartazes ambulantes dos direitos maritais dos LGBT.
Como se admitir que se gosta de dar umas cambalhotas de vez em quando, seja pecado capital, e nós, lado rosa da força, sejamos umas virgens casadoiras do século XVII prestes a ser desonradas em praça pública por admitir que não queremos casar e brincar ás casinhas, que queremos só divertir-nos.
E as apps viram uma ajuda para o senhor casado que votou contra a co adoção, mas nos fins de semana combina encontros com homens de pila grande, embora "não seja gay".
Uma máscara para quem tem medo de ser segregado pelos conhecidos e exerce a sexualidade em segredo, 
E depois, enchemos o peito para bradar aos quatro ventos que as apps são as culpadas. que antes das apps não era assim. 
Quando nos esquecemos, que quem usa as apps... somos nós.
E enquanto não não mudar nada, venham as apps que vierem melhores ou piores que o grindr, vai ser sempre contra producente para tentar atingir a igualdade que tanto defendemos nas redes sociais.

Felicidade de ano novo

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016


É saber que toda a gente se anda a queixar das ressacas horríveis que ganhou da noite passada e de como tudo dói e soa demasiado alto
Enquanto eu bebi que nem um camionista, dancei e fiz karaoke até ás cinco e meia da manhã - a minha versão da Hello da Adele é digna de Grammy, já agora - e não tenho qualquer resquício de tal coisa.