Tolerância

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015



Eu sou Charlie.
Tu és Charlie.
Subitamente, toda a gente é Charlie.
Mesmo aqueles que pensam que Charlie Hebdo era uma pessoa, e que nunca tivessem ouvido falar do assunto até ao atentado de ontem.

E os sociais espalharam a palavra.
Eu sou Charlie.
Tu és Charlie.
Subitamente, toda a gente é Charlie.
E porquê?
Porque temos que respeitar a liberdade do próximo.
Porque isso é fundamental.
Porque não devia haver censura ou medo de exprimir a individualidade de cada um.

Eu sou Charlie.
Tu és Charlie.
Subitamente, toda a gente é Charlie.
No fim das contas, quando a memória deste atentado esfriar, voltamos ao mesmo.
Porque, infelizmente, para 90% das pessoas, liberdade de expressão é publicar cartoons de humor ácido sem medo de levar com um tiro na testa de represália. Beijar um namorado do mesmo sexo na rua, praticar uma outra religião ou até andar com roupas curtas, já é só apelação.

Eu sou Charlie.
Tu és Charlie.
Subitamente, toda a gente é Charlie.
... Mas somos mesmo?

13 comentários:

  1. Muito bem dito, Miguel, tocaste na ferida!
    Assim que as coisas esfriarem, as pessoas, na sua maioria, vão esquecer as coisas e seguir com a vida, até que novo "atentado" as faça relembrar para isto...

    Somos todos humanos, mas muitos esquecem-se que ser-se humano não lhes dá o direito de serem superior aos restantes...
    ...o final é idêntico para todos.

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  2. muito bom MIguel ... poucos têm esta consciência ... faz parte da mais absoluta alienação e da falta de valores dos tempos em q vivemos ... a grande maioria ronda por aí mesmo ... inclusive muitos diltos intelectualizados mas q para determinadas causas não se posicionam assim com a mesma veemência ...

    #je suis Charlie ... mas #je suis GAY também ...

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  3. Que lindo.
    Você definiu tudo.
    E assim caminhamos aos passos de formiga.

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  4. Hoje um amigo disso no FB: "somos todos Charlie? se és mesmo Charlie, publica os cartoons e não uma frase feita"
    ..... honestamente, tive/tenho medo.

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  5. me pediram para desenhar o Charlie Hebdo no FB esta semana.

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  6. mais que não seja são só para ter alguma coisa para publicar nas redes sociais. e se não são publicam na mesma. são os tempos que correm.

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  7. mais do que ser CHARLIE somos os que estão chocados com a violencia, com a barbarie, talvez sejamos os sem esperança, os boquiabertos, eu nao sei bem... mas eu post e a forma como foi escrito, ficaram perfeitos! parabens

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  8. Acredito que muita gente o "seja" porque parece bem e até está na moda. Parece que serão excluídos se não disserem que o são.

    Nesse da à tarde, reparei que algo tinha acontecido em Paris, mas não sabia o quê nem a sua dimensão. Só à noite tive a oportunidade de perceber o que realmente se passou. Como ao comum dos mortais, fiquei sensibilizado.

    Não acredito (ou melhor, não quero acreditar) que as publicações do Charlie Hebdo tenham como objetivo a ofensa. Já há anos que andavam a publicar este tipo de cartoons e já na altura as pessoas ficavam todas ofendidas. Talvez fosse boa ideia fazê-lo de uma forma menos agressiva (digo isto estando na maior das ignorâncias quanto ao conteúdo escrito dos ditos cartoons), mas também talvez seja boa ideia as pessoas começarem a olhar para as coisas com um pouco de mais humor. Não havia necessidade daquilo.

    Mas enfim... o facto é que o mundo não é perfeito e radicalistas há em todo o lado, em todas as religiões e de todas as cores e feitios. Estamos num mundo em que é urgente ser tolerante.

    Abraço

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  9. Oui mon cher. Mas sou tantas outras coisas também.

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  10. É um daqueles momentos virais, de repente há um sentimento que envolve toda a gente e somos todos unidos e defendemos a liberdade de expressão. Que nobreza de sentimentos!

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(sou ótimo a motivar as pessoas hein?)