História de (Des)encantar

sexta-feira, 14 de março de 2014


Há muito tempo atrás, vivia num esplêndido reino muito muito distante, uma linda princesa chamada Diana.
Vivia num lindo castelo com os seus pais, o rei e a rainha  e era muito feliz cheia de mimos e atenção. Tinha um pónei chamado Arco-íris que ganhou no seu sétimo aniversário. 
Cresceu feliz e saudável para sempre e eventualmente ficou rainha do reino.

Fim
... Okay. se calhar não foi há muito tempo atrás. Provavelmente foi no mês passado.

E o reino não era tão distante... era mais ou menos uma democracia e chamava-se Portugal.

E se calhar, a Diana não vivia num castelo, era mais um orfanato do estado, sem pais - que ou morreram ou a abandonaram- com mais 30 príncipes e princesas nas mesmas circunstâncias.

E se calhar quando fez sete anos não ganhou um pónei, ganhou roupa usada - E a Diana não se importa, afinal tem 7 anos, e já se habituou a ser feliz dessa forma, como só as crianças sabem.

E se calhar não cresceu feliz e saudável cheia de mimos e atenção, afinal por muito boa vontade que haja, uma instituição pública é uma instituição pública, não é uma casa. E os anos passam e ninguém leva a Diana para casa. porque já é muito velha para ser adotada, ou porque é muito reguila, ou porque não combina com o resto da família.

E a Diana vai ficando e brincando aos príncipes e ás princesas na imaginação dela.

Enquanto isso, não muito longe dali, um casal de duas senhoras, a Fernanda e a Sílvia, dava um braço para adotar a Diana. mas não pode, porque não deixam.
Porque ir viver com duas "fufas" não é família. Muito menos com dois "panilas" - sim, que esses são todos pedófilos, não sabiam? li na internet..

E eventualmente a Diana cresce e passa uma vida sem família nenhuma, porque mais vale isso que ser influenciada por um casal homossexual, que como toda a gente sabe não sabem amar como um "casal de verdade", para além do mais, essas merdas são contagiosas.

E por causa do chumbo da co-adoção, muitas Dianas hão-de haver.

Um verdadeiro final feliz, digo eu.

23 comentários:

  1. E na história da co-adopção a Diana já vivia com uma família e vê-se obrigada a ir para uma instituição...

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    1. (Também adooooro Sara Bareilles)
      Mas quer dizer, segundo o que percebo, eles deixam um dos conjugues adotar, o outro é que já não. O que é imbecil mas pronto -_-

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    2. Não, repara a adopção por parte de uma pessoa singular é permitida (se bem que dificilmente um homem sozinho adopta, especialmente se perceberem que é homossexual), contudo não consegues adoptar se chegares perto dos serviços sociais e dizeres: sou um homem e vivo com outro homem e eu quero adoptar. A não ser que as assistentes "fechem os olhos" esquece, não adoptas... Mas supondo que um homem ou mulher singular adopta e depois se casa com alguém do mesmo sexo, imagina que quem adoptou morre a criança não foi adoptada pela outra parte, porque não pode, volta à instituição. Ou imagina que tu tens um filho, o caso mais comum, casaste com alguém do mesmo sexo o filho é teu, tu morres, a pessoa que era o teu companheiro e que vivia contigo e com a criança, era um pai para ela, não tem qualquer papel na vida da criança, a criança é dada para adopção, (partindo do principio que a mãe biológica morreu, ou não quer saber do filho e foi uma barrriga de aluguer, etc...)
      Percebes, não se trata de adopção. É uma criança que já vivia numa família um dos país é o biológico ou já era o pai adoptivo da criança e caso lhe aconteça algo a criança está desprotegida... Legalmente não tem pai, mãe...

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    3. Olha aqui, há um parágrafo que explica o que te quis dizer: http://www.publico.pt/politica/noticia/coadopcao-chumbada-por-cinco-votos-1628292#/0

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    4. Ah pois, era mais ou menos o que tinha em mente - realmente pensando bem, um homem sozinho a adotar seria idílico - é a ver se volta a ir a votos...

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  3. Também sou a notícia há pouco.
    Mas mais ano, menos ano, isso será aprovado. Tenho a certeza.

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    1. Pois esperemos que sim Dora, isto devagar se vai ao longe. Não deixa de dar uma certa azia :P

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  4. A lei foi chumbada???

    Que estupidez! Pode ser que seja como a história do aborto e à segunda tentativa seja aprovada.

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    1. Infelizmente foi chumbado, a ver o que vai acontecer pra frente...

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  5. A sério. A sério que isto aconteceu.
    Neste momento sinto vergonha de pertencer a este país. Neste momento apetece-me emigrar!
    E essa do "mais cedo ou mais tarde a coisa melhora" não pega comigo. As coisas têm de começar a mudar HOJE, agora, senão o futuro vai ser igual ao que é agora, porque, bem, o passado, o futuro, isso não interessa nada à Diana, que tem 7 anos, gosta de brincar às princesas mas que deixou de acreditar em finais felizes.

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  6. Olha, tenho um amigo que diz que temos os políticos que merecemos... e a abstenção é reflexo disso mesmo...

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    1. Pois, em parte concordo. acredita-se em todas as promessas de caça ao voto, e depois dá nisto.

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  7. Foste tu que criaste esta história? Muito bem concebida! É um retrato da nossa triste realidade.

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    1. Inventei eu, mas a verdade é que não faltam prai Dianas... Já vi um caso semelhante - não tinha nenhum casal gay á mistura, mas era uma adopção - e a coisa correu um bocado mal por causa de toda a burocracia :/ é uma chatice...

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  8. Adorei a tua abordagem. Um bom "post" que revela a simplicidade do assunto, para aqueles que ainda vivem no preconceito.

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    1. Qualquer dia quem sabe saiam de lá (do preconceito) até lá é esperar...

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  9. Estava a trabalhar neste dia e soube do chumbo... pelo teu blog. Este blog é muito informativo. Pena que esta é uma má notícia.

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  10. Uma sátira, que retrata bem o que está a acontecer....

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(sou ótimo a motivar as pessoas hein?)